"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Quando me deito na cama, e as luzes se apagam, começo a pensar. Meus pensamentos são tão metálicos e estrondosos que vezenquando confundo-os com sons. Mas eu sei, são palavras. Palavras são sons? Ou os sons é que são palavras? De qualquer maneira, apenas quero relatar um desses pensamentos saltitantes que invadem a cabeça quando o sono tarda a chegar.
Em algum canto dentro do estranho ser que habita cada um de nós, há um lugar onde as coisas são guardadas aos montes, ou melhor dizendo, são jogadas lá com a mesma pretensão que um caminho de lixo descarrega em um lixão os detritos antigos, pessoais e impessoais, de todos nós. Mas, esse amontoado de coisas sem nomes apenas possuem a pretensão de serem detritos inutilizáveis, pois a verdadeira identidade dessas bugigangas todas só Deus sabe, ou não. Acontece que essas coisas possuem vozes. E o som dessas vozes chegam até nós em formato de pensamentos. Que são sons? ou são palavras?
Um desses pensamentos chegou até mim em formato de palavras, e eu as disse em tom de incógnita. As palavras que chegaram até mim, me trouxeram a seguinte pergunta: O que nós transformamos em palavras, aquilo que todos nós aplicamos um som e um tom de voz, é verdadeiramente aquilo que passou por nossas cabeças ou é apenas um representante verbal que luta com armas que são palavras para tentar transformar o incognoscível que há em cada mente humana em algo compreensível?
A pergunta acima me perturbou. Não há resposta formulada em minha mente para ela. Nós? O que somos nós? Sons ou palavras? ou o enigma mais perturbador do universo.
A única conclusão que cheguei é que: Nós somos os espelhos de nós mesmos.
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2 comentários:
Não tenho nem palavras! Mas tenho reflexos (concavos e convexos) de mim, de ti e dos demais que coexistem nesse microuniverso particular!
Dear
=]
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