terça-feira, 4 de agosto de 2009

Espelhos

"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"



Quando me deito na cama, e as luzes se apagam, começo a pensar. Meus pensamentos são tão metálicos e estrondosos que vezenquando confundo-os com sons. Mas eu sei, são palavras. Palavras são sons? Ou os sons é que são palavras? De qualquer maneira, apenas quero relatar um desses pensamentos saltitantes que invadem a cabeça quando o sono tarda a chegar.
Em algum canto dentro do estranho ser que habita cada um de nós, há um lugar onde as coisas são guardadas aos montes, ou melhor dizendo, são jogadas lá com a mesma pretensão que um caminho de lixo descarrega em um lixão os detritos antigos, pessoais e impessoais, de todos nós. Mas, esse amontoado de coisas sem nomes apenas possuem a pretensão de serem detritos inutilizáveis, pois a verdadeira identidade dessas bugigangas todas só Deus sabe, ou não. Acontece que essas coisas possuem vozes. E o som dessas vozes chegam até nós em formato de pensamentos. Que são sons? ou são palavras?
Um desses pensamentos chegou até mim em formato de palavras, e eu as disse em tom de incógnita. As palavras que chegaram até mim, me trouxeram a seguinte pergunta: O que nós transformamos em palavras, aquilo que todos nós aplicamos um som e um tom de voz, é verdadeiramente aquilo que passou por nossas cabeças ou é apenas um representante verbal que luta com armas que são palavras para tentar transformar o incognoscível que há em cada mente humana em algo compreensível?
A pergunta acima me perturbou. Não há resposta formulada em minha mente para ela. Nós? O que somos nós? Sons ou palavras? ou o enigma mais perturbador do universo.

A única conclusão que cheguei é que: Nós somos os espelhos de nós mesmos.

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