terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Carta a D.


"Ponho-me a chorar. Soluço alto, feito uma criança. Agora me ocorre com toda clareza: Você está sozinho no mundo! Está sozinho...sozinho...sozinho... É amargo ficar só...amargo, amargo, amargo, amargo. Isso não tem fim, é insondável, e é o destino de todo homem na terra, sobretudo o meu... sobretudo o meu. Mais uma vez a metamorfose. Mais uma vez tudo oscila e tomba. Estou de novo no sonho, o sonho doloroso, delirante, prazeroso e enlouquecedor de além fronteira.Estou de pé no meio do terreno baldio, mas não vejo minha casa. Não tenho casa. O sonho era uma miragem. Minha casa não está neste mundo, nem no próximo. Sou um homem sem lar, sem amigo, sem esposa. Sou um monstro que pertence a uma realidade ainda inexistente. Estou louco, louco de dor, louco de angústia. Estou desesperado. Mas não perdido. Não; existe uma realidade à qual pertenço. Está longe, muito longe. Posso andar de agora até o dia do Juízo Final de cabeça baixa e jamais encontrá-la. Mas ela está lá, tenho certeza."



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3 comentários:

alex.n disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
alex.n disse...

as confidências dos intimamente só!
...mas é claro que é compreensível
...mas é claro que a torta nem sempre sai boa
...mas é claro que o lençol d'água depende do seu desejo por vida ou por morte
...mas é claro que a vida pode te sufocar
...mas é claro que somos uma corrente de sensações

Unknown disse...

espero tb encontra'-la...