terça-feira, 17 de novembro de 2009

Candy Lies

Chacoalhar a colméia e esperar, atentamente esperar, pelos teus zângãos de ouro. Esperar de braços abertos pelos ferrões que chegarão do horizonte melífluo, chegarão da armadilha preparada para o coração magnético deste tolo. Não tenho medo das ferroadas e sei que entre cada broca daquelas pequenas mortes está o mel, o prazer oculto na face da dor. Seus lábios rústicos sobre os meus e a sensação de caos quando o toque alcança a pele. E o universo inteiro implodi em seu olhar e resta-me o peso das estrelas, planetas e cometas. Dependuro-me nos anzóis de seu olhar e minha pele se rasga completamente, sobrando músculos e vísceras, sobrando outros pequenos homicídios que são como petiscos em seu prato. Eu confesso, eu me apaixonei por suas abelhas, aqueles pontos sedutores que brilham no escuro como minúsculas estrelas. Elas são como Deus e eu me ajoelho diante da colméia assassina, a colméia que é seu corpo. Me deito sobre o caminho melífluo que você construiu e que leva até a porta de sua cabeça. Minha vingança será impedir a passagem daqueles outros, daqueles outros que você atrai como uma sereia para a morte. Ninguém morrerá por você esta noite e isso irá te matar aos poucos, como se adagas penetrassem sua pele pausadamente. Você morrerá por motivo de fome. É do amor extravagante que você se alimenta e esses demônios vão secar como flores no inverno. Impeço a passagem e abocanho, mastigo e cuspo cada uma de suas abelhas, douradas como ouro e secas como um deserto. Assassinas como escorpiões. Em algum lugar no inferno você ainda respira.





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Um comentário:

Pedro. disse...

você, por seu Ser.